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domingo, 28 de outubro de 2012

ACEITANDO A ELETRONICALIZAÇÃO DOS PAPÉIS


Nesta nova geração de adaptação de nossas rotinas, temos uma nova companhia. Uso o termo companhia, pois muitos de nós ainda temos estes processos meramente do nosso lado, sem representar ainda um amigo, ou inimigo.

O fato é que como dizia Renato Russo: “...toda dor... vem do desejo... de não sentirmos dor...”. A esta altura, com tantos projetos novos para adaptação eletrônica, muitos de nós ainda dizemos que estes processos sempre foram feitos com papéis e sempre funcionou, ao menos para nós. Pois é... falando em sempre fizemos, lembram-se da Gabriela: “eu nasci assim, eu cresci assim, eu vivi assim, eu sou mesmo assim, vou ser sempre assim, Gabriela”.  Mas o mundo gira, novos aprendizados surgem, o planeta evolui. Ou seja, não dá mais para ser do jeito do papel e quem criar conflito sentirá dores.

Muitos dizem que nosso Governo, através dos seus legisladores, está nos sufocando com tantas obrigações. E ainda tem gente (como eu agora) dizendo que precisamos aceitar isso, que não tem mais volta? Sim, mas não exatamente desta forma. Quero dizer que ou toda a classe contábil e jurídica se unem e fazem manifestações em Brasília dizendo não para tudo isso, ou temos que aceitar, já que quem faz estas normas, mesmo que indiretamente, são as pessoas às quais nós, população, votamos. Mas isso é outra discussão.

Mas pensando um pouco mais, será que realmente estamos sendo apenas sufocados? Será que ninguém que está criando estas normas está pensando nas consequências? Sinceramente, acho que não. Acredito que seja muito bem analisado antes da publicação. Claro que há erros, pois não existe sistema perfeito. E também, vejo que a classe contábil e jurídica, que acredito serem as maiores forças de defesa dos contribuintes, estão mais fortes e nem tudo vem goela abaixo.

Entendo que o problema esteja nas obrigações redundantes; que poderiam ser simplificadas ou mesmo suprimidas, que ainda sim o Governo teria as mesmas informações, com mais acuracidade, em menos tempo, com custos menores. Isso é óbvio, mas porque o Governo não faz isso? Acho que o Sistema Governamental é tão complexo quanto isso e não é tão simples de mudar: burocracia, corrupção, defesa de interesses, falta de gerenciamento de processos, despreparo e preguiça de muitos agentes públicos.

Se no futuro tivermos um bom sistema de fiscalização, vejo que haverá um grande ganho para ambas as partes: Governo e Contribuinte. O Governo não precisará de tantos investimentos para fiscalizar, já que terá mais controle sobre que os contribuintes fazem. Com isso deve haver simplificação do sistema tributário. O que já será um ganho para os contribuintes. Para os contribuintes, haverá cada vez menos formas para sonegação. Viram só? É um sistema. Não dá para mexer em um lado sem mexer no outro. Não é só culpa do Governo. Hoje não se sabe se o contribuinte paga mais tributos porque o Governo não sabe administrar, ou o Governo cobra mais porque há contribuintes que sonegam.

Não tenho dúvidas de que a adaptação aos meios eletrônicos seja um avanço tecnológico para o país, que os investimentos efetuados acabam contribuindo para a melhora do PIB – Produto Interno Bruto e do IDH – Índice de Desenvolvimento Humano. Devemos continuar a manifestar nossa indignação, mas não vamos olvidar de que nossas palavras tenham efeito. Vale a máxima de tentarmos não apenas reclamar, mas apresentar soluções. Somos cabeças pensantes.


Jesuino Lopes
Contador
jesuinolopes@yahoo.com.br

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